Urge-me o papel!
Obrigatório me foi parar neste bosque no centro da cidade para descrever o que me diziam os pássaros.
Parece que choram...uma reclamação repetida e indignada.
Cansam-se, creio, por fazerem-se ouvidos. De mim, creio, reclamam atenção. Não só a si, que de longe são egoistas como nós, mas ao mundo que, abandonado que está, sofre com os desígnos humanos.
Donde o apreço à Natureza?Donde o amor?
Sujeira e descaso o que se vislumbra.
Indiferença cortante dos passantes. Insensibilidade dos que permanecem. Cada qual no seu plano, sua mente...
(...)
Indigna-me, mulher que sou, os olhares nefastos de outrem que, em face de tão puljante beleza o espaço oferece, sobre mim os põe, provalvelmente guiados por pensamentos escusos.
Oh, vã sensualidade!Oh, pobres seres obtusos!
Respiro.
A compreensão me acalma para volver a escutar os pássaros.
Quisera eu dizer-lhes que os amo. Quisera eu mergulhar junto aos patos que, sobre a água imunda do lago seguem altivos...
Enfim, quisera eu aqui ficar, pero o dia cai e já é hora.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
O Bosque
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